terça-feira, 23 de setembro de 2008

A arte na primeira guerra - Daniel Ilê

A Arte existe desde os primórdios do mundo, é uma necessidade de manifestação de nosso abstrato em obras concretas, é a expressão de nossos valores, sentimentos , mágoas e questionamentos. Por isso, em situações cômodas ou nas adversidades, ela sempre é o caminho para o conhecimento de nosso pungente interior. Em diversas épocas de nossa história, a arte simbolizou marcos, mudanças e quebra de dogmas. Se observarmos a linha do tempo, perceberemos que nas principais revoluções mundiais, ela fora representada por algum tipo de arte. Seja na Ilíada Grega, nas conquistas de Roma ou no iluminismo Francês, sempre houve um artista que presenciou e relatou o momento em forma de obra, deixando-a para compreensão futura, para posteridade. A Arte em suas diversas formas, é muito peculiar, e com o passar do tempo, vem se adaptando aos avanços dos inventos humanos e se fundindo, se transformando, através de nossa expansão tecnológica. A criação dos meios de comunicação de massa, de certo modo, revolucionou a arte. Novas representações artísticas foram possibilitadas, e se estabeleceram no meio social. Uma das mais fortes, e que mas se desenvolveu foi o cinema. De fato, a data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os irmãos Lumiére fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. Nesse fatídico dia, exibiram o filme "L'arrivee d'un train a la ciotat” e causaram comoção e espanto nos expectadores que foram ao local de exibição. A sétima arte cresceu, cresceu, e ganhou tanta visibilidade, que começou a ser utilizada como elemento de persuasão por governos e chefes de estado. Mas muitos filmes, porém, trouxeram alento e informação para a população. Alguns diretores utilizavam enredos satirizando e ironizando de forma contundente, grandes ocorridos históricos.No inicio do século XX, a Europa sofria com a 1 guerra mundial. As grandes potências européias da época, entraram em confronto devido a uma disputa imperialista e mercadológica. Também neste difícil período, como sempre, a arte deixou na história, as marcas dessa terrível e platônica guerra. Nessa época, o cinema se desenvolvera muito, e foi nas representações, de um glorioso e excêntrico ator, "Charles Chaplin", que ficaram marcados os acontecimentos de forma belíssima nos anais de nossa história. Chaplin nasceu em Londres no ano de 1889 e iniciou sua carreira como mímico, fazendo excursões para apresentar sua arte. Em 1913, durante uma de suas viagens pelo mundo, este grande ator conheceu o cineasta Mack Sennett, em Nova York (Estados Unidos), que o contratou para estrelar seus filmes. Em 1936 Charles Chaplin estrelou o filme "Tempos Modernos", um longa metragem que faz uma irreverente sátira ao cotidiano social vivido no inicio do século XX, relatando as tensões da guerra, a expansão e surgimento das grandes metrópoles,e do ambiente da recente e assustadora revolução indústrial. Porém, " O grande ditador" de 1941, relata perfeitamente o período da primeira guerra mundial, o pós guerra e o inicio da segunda guerra, com muita "classe" e intrepidez, emocionando e excitando a crítica da época não só na Europa mas em todo o mundo. "Na alegria e na tristeza, na paz ou na guerra, Charles Chaplin é sinônimo de um grande trabalho" ressaltou Bosley Crowther, jornalista do New York Times em 1941. Com essa frase percebemos, que a arte, é o elo de ligação entre a tristeza e a alegria, o opróbrio e a euforia, uma verdadeira síntese do tempo, e que vai continuar sendo o elo de ligação entre gerações até nossos últimos dias.

- DANIEL ILÊ

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